PA exposição “Brasilidade Pós-Modernismo” celebra o centenário da Semana
de Arte Moderna de 1922 por meio de traços, reminiscências e conquistas
para chegarmos à essência da arte contemporânea brasileira apresentada
nesta mostra com 51 artistas de diversas gerações, procedências
geográficas e etnias.
Com curadoria de Tereza de Arruda, a exposição
reúne obras inéditas e trabalhos emblemáticos de artistas como: Adriana
Varejão, Anna Bella Geiger, Arnaldo Antunes, Cildo Meireles, Daniel Lie,
Ernesto Neto, Ge Viana, Jaider Esbell, Rosana Paulino e Tunga, entre
outros.
“Brasilidade Pós-Modernismo” está organizada em seis núcleos:
Liberdade, Futuro, Identidade, Natureza, Estética e Poesia. A exposição
apresenta pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, instalações e
novas mídias.
Em 1922, os modernistas buscavam a ruptura dos padrões
eurocentristas na cultura brasileira. Hoje, os contemporâneos buscam a
revisão da história como ponto de partida para um diálogo horizontal,
enfatizando a diversidade, a visibilidade e a inclusão.
A temática da
Liberdade reflete sobre os questionamentos remanescentes do
colonialismo brasileiro (1530 a 1822), suas consequências e legado
histórico. Os trabalhos de Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, José
Rufino, Rosana Paulino, Farnese de Andrade, Tunga, Ge Viana e José De
Quadros refletem essa ideia de liberdade.
O grupo da vanguarda
modernista buscava o novo, o inovador, desconhecido, de ordem
construtiva. Um exemplo de futuro construtor é Brasília: a capital foi
concebida com uma ideia utópica e é considerada um dos maiores êxitos do
Modernismo do Brasil.
Tendo Brasília como exemplo de utopia
futurista, o núcleo Futuro reúne esboços e desenhos dos arquitetos Lina
Bo Bardi, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, obra da artista Márcia Xavier, e
registros captados pelo fotógrafo Joaquim Paiva e o cineasta Jorge
Bodanzky.
As características e diferenças culturais e sociais do
Brasil fazem com que a população brasileira não tenha uma única
identidade. As obras de Alex Flemming, Berna Reale, Camila Soato, Fábio
Baroli, Flávio Cerqueira, Glauco Rodrigues e Maxwell Alexandre no núcleo
Identidade discutem essa questão.
Já a categoria Natureza apresenta o
Brasil da pluralidade de biomas. A relação do ser humano com a natureza
e a sustentabilidade estão presentes nas obras dos artistas Armarinhos
Teixeira, Caetano Dias, Gisele Camargo, Luzia Simons, Marlene Almeida,
Paulo Nazareth, Rosilene Ludovico e Rodrigo Braga.
A estética da arte
brasileira foi um dos temas levantados pelos modernistas,
principalmente após a criação do “Manifesto Antropófago”, publicado por
Oswald de Andrade na Revista de Antropofagia de São Paulo, em 1928.
Segundo
a curadora, Tereza de Arruda, a ideia proposta por Oswald era produzir
uma estética artística brasileira a partir do que foi aprendido com os
europeus. O núcleo Estética reúne trabalhos de Beatriz Milhazes, Cildo
Meireles, Emmanuel Nassar, Mira Schendel e Nelson Leirner.
A Semana
de Arte Moderna e o movimento modernista acreditavam que o português
brasileiro haveria de ser cultuado e propagado como idioma nacional. A
consequência disso são as poesias concretas, as poesias visuais e o
apoderamento da arte escrita.
A escrita passa a ser um elemento
visual, com abstração sonora. Os artistas André Azevedo, Arnaldo
Antunes, Augusto de Campos, Floriano Romano, Júlio Plaza, Lenora de
Barros, Rejane Cantoni e Shirley Paes Leme representam esse legado.
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El equipo de Cinecritic.biz